28 setembro 2006

Oslo

Oslo, uma cidade linda, parece um poema geométrico, uma cidade onde a desordem se suicidou, onde tudo, mesmo o nada, parece regrado, sem as fissuras do acaso e do impoderado. Até as árvores têm consciência da vitória da razão sobre a emoção.
Mas falta-me a desordem, o não previsto, algo que seja a perversidade amiga e cúmplice da emoção.
Volto a Maputo, que prazer esta subversão do sempre organizado, este caos táctil, forte, esta vertigem de chapa-cem, esta ontologia xiquelenística.
Mas quando vejo as bases das acácias negras de urina imperial, volto a Oslo.
E assim estou eu entre Oslo onde procuro Maputo e Maputo onde procuro Oslo.
Apenas me dou bem nessa intemperança mestiça e em permanente bifurcação.

1 comentário:

Marga F. Rosende disse...

Que bonita y acertada descripción "poema geométrico".