30 julho 2015

Informados e formados

Multiplica-se o diz-que-diz sobre confrontos militares na província de Tete. Alguém faz uma conferência de imprensa e afirma ao mundo, com ar grandiloquente, como se porta-voz de um segundo Estado no país, que os guerrilheiros do seu partido mataram dezenas de soldados governamentais intrometidos. De imediato, blogues do copia/cola/mexerica, páginas de certas redes sociais e jornais do bula-bula replicam e ampliam a informação, assumida como verdadeira. O Ministério da Defesa não reage, o diz-que-diz multiplica-se a todos os níveis. O que acontece, quando acontece, é, alguns dias depois, no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, um representante governamental dizer algo a propósito, contestando frouxamente. Ou, então, surge, tardiamente, um órgão de informação oficial a escrever o que já foi dito pelo diz-que-diz. Esta situação, por frequente, mostra a necessidade imperiosa de o Ministério da Defesa manter os cidadãos permanentemente informados e, dessa maneira, formados. Reside aí um dos pilares da legitimidade de um Estado.

2 comentários:

nachingweya disse...

Muitas das nossas instituições escudam-se no segredo para se desresponsabilizar-se dá prestação de contas aos cidadãos. É assim que o segredo de justiça permite que muitas justiças não sejam administradas, o segredo militar faz com com que a sociedade não seja informada quando o seus jovens saem de casa viçosos para a carreira de soldado e voltam pra casa numa caixa de pinho sem que nenhum vizinho papão nos tenha invadido o território. Somos geridos por segredos a que se chama segredo de Estado quando o que pode estar a ser escondido é o despudor de alguns dirigentes. O teorema de prestação de contas é apenas fácil no seu enunciado.

ricardo disse...

O que nao e desmentivel e que centenas de mocambicanos fugiram para o Malawi idos de Tete. De ferias e que nao foram.