29 julho 2015

Xenofobia e shangaanfobia: história e estereótipos na África do Sul e em Moçambique [25]

"Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem. " [Bertolt Brecht]
Vigésimo quinto número da série. Termino o sexto ponto do sumário proposto aqui, a saber: 6. Sobre o ataque a lojas de comerciantes em Moçambique e África do Sul. Escrevi no número anterior que a loja é o repositório de dois fenómenos: primeiro, é lá onde estão os espécimes apetecidos de consumo, variedade e fartura; segundo, é lá onde é suposto estar não o proprietário do solo, mas o proprietário móvel das coisas que vão e vêm, da volatilidade, é lá onde estão os sinais ao mesmo tempo próximos e distantes do "estrangeiro". Por hipótese, deve ser dessa maneira, consciente ou não, que em situações de desencanto e de privação social a loja é produzida no imaginário popular. Na verdade, por trás de um acto criminoso esconde-se, ao mesmo tempo, a apetência pelo consumo e pelo nivelamento social e o protesto contra o "estrangeiro" em sua volatilidade.
Sugestão: leia um trabalho de Xolela Mangcu, no Rand Daily Mailaqui e uma intervenção de Graça Machel, aqui.

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